“AFRODESCENDÊNCIA, ESPAÇO URBANO, E EDUCAÇÃO” Reflexões sobre a fala de Rafael Sanzio ( Analia Santana)
Rafael Sanzio, Fotografia Analia Santana na defesa de Mille Caroline Fernandes em 30/04/2013. |
Mesa com os Professores RAFAEL
SANZIO DOS ANJOS (Universidade de Brasília) e HENRIQUE CUNHA
JÚNIOR (Universidade Federal do Ceará), dia 30 de abril de 2013
(terça-feira), às 09 horas que estava marcada no Auditório do CPEDR, porém
aconteceu na sala 4 do Prédio do Programa de Pós-Graduação em Educação e
Contemporaneidade na Linha I Processos Civilizatórios: Educação, Memória e
Pluralidade Cultural foi um momento impar para nós educadores porque suscitou
grandes reflexões.
Gostaria de registrar que devido ao meu atraso
não foi possível participar da fala do Prof. Henrique Cunha Junior.
Da discussão de Sanzio pude acompanhar a
partir do momento em que ele provocou-nos (educadores, professores e
pesquisadores) a uma autorreflexão o professor para se
questionar (Onde estou? Quem sou eu? Quem me colocou aqui foram meus
ancestrais? Então o que tenho feito para honrar esse lugar?...).
É importante "olharmos para além da
vista, esse olhar pequeno é pouco perspectivo". Observar além do
horizonte, nossas necessidades e nossos desejos. As
matrizes indígenas e africanas são bases da nossa ancestralidade.
”Olhar de cima, ver a cultura do
espaço", perceber além do engessamento inculcado pela educação racista e
colonial e de ideais europeus que recebemos. Se nós não trabalhamos a
cultura do espaço não temos pertencimento. Não conseguimos criar esse
pertencimento espacial, porque não nos foi dado esse direito. "Quando eu
vejo mais, posso alargar meu pensamento".
"A cidadania é construída a partir da
ampliação do olhar", ou seja, da visão de mundo. "A resistência
africana faz com que os terreiros a exemplo: do Ilê axé Opô Afonjá, Cantoir,
Bogun, etc., mantenham suas áreas verdes, mananciais suas primícias”
mesmo com toda uma especulação imobiliária que vem acontecendo nas grandes
cidades. O Parque São Bartolomeu é único que resiste graças ás lutas
dessas pessoas.
O território é o chão e a população
aquilo que atribuem sentido, isso é uma identidade. "O fato é o sentimento
de pertencer á aquilo que nos pertence". Sanzio reforçou sua fala com as
ideias de Milton Santos sobre a concepção de território. ”O território é à base do trabalho, da resistência,
das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida”
(SANTOS 2000,2007).
A exclusão possibilita reestruturar forças para
forjar novas experiências de vida e resistência. O problema dos quilombos é o
chão, é o espaço. (...)??!!.
Os estereótipos deformam a forma de percebermos
os outros e vice-versa. “A falta de estudo mantém preconceitos, os europeus
fazem isso conosco e nós brasileiros fazemos com o Continente Africano”. Ainda
é muito latente a ignorância sobre os saberes desse Continente vasto em línguas,
culturas, formas de perceber o mudo. O resgate historiográfico é imprescindível.
O conceito de educação ainda tem sido na base
colonial. Questiona onde estão às pessoas, as relações comunitárias africanas?
O esforço continua sendo individual, mas não
desistamos, porque o coletivo não existe nesse país, embora alguns tentem
(...). A historiografia precisa ser mudada estamos numa encruzilhada!!!???.
Então continuemos esse trânsito buscando afirmar a possibilidade de uma “Educação
de Matriz africana nas escolas brasileiras”. Fica o questionamento “O que a Bahia
tem feito”?
O território (...) só se torna um
conceito utilizável para análise social quando consideramos a partir de seu
uso, a partir do momento em que o pensamos juntamente com aqueles atores que
dele se utilizam (Santos, 2009, p. 22).
Para saber mais: www.rafaelsanziodosanjos.com.br
Obs.: As referências
foram acrescentadas por mim.
REFERENCIAS
SANTOS,
Milton. Por outra globalização: do pensamento único à consciência universal.
Rio de Janeiro: Record, 2000.
______________O
Brasil: território e sociedade no inicio do século XXI, 5ª ed. Rio de
Janeiro: Record, 2003.
_____________.
O Espaço do Cidadão. 7ª ed. São Paulo: Edusp, 2007. .
____________
O dinheiro e o território. IN: SANTOS, Milton (ET al.). Território, Territórios – ensaios sobre o
ordenamento territorial. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. .
___________.
A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo.
Razão e Emoção. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2009.
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