A desafiante Caminhada no Mestrado ( um eu, construído no nós..)


 Em Bom Jesus da Lapa Bahia (janeiro 2013)
 
 
 
A desafiante Caminhada no Mestrado ( um eu, construído no nós..) 
 
Hoje estou usando meu espaço do blog para relaxar um pouco da escrita da dissertação, a escrita tem sido prazerosa porque estou a refletir sobre algo que tem significado para minha vida enquanto mulher negra. Mas o corpo físico pede para parar um pouco , respirar, olhar outras coisas, beijar minha filha enquanto ela assiste aos seus desenhos favoritos e em seguida retomar.
É nesse meio tempo, que vem a minha mente o quanto tem sido exigido de mim para obter este merecido título. Algumas pessoas que eram para dar força pouco se importam, outras fazem a diferença, dizem palavras afáveis, incentivam a caminhada, colaboram nas atividades diárias. Então sigo em frente na certeza que estou na conclusão do processo,  se tivesse que viver isso novamente, viveria pois estudar é uma das coisas que mais gosto na vida.
De plantadora de quiabo em Irará/BA ao curso de Mestrado em Educação e contemporaneidade na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) tem uma caminhada pela escola rural onde estudei, escolas urbanas na sede da minha querida cidade de Irará, escolas comunitárias, pastorais sociais, escolas públicas municipais de Salvador,  formações nos cursos de extensão pedagógca do Ilê, palestras,  participação ativa na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Pelourinho cursos , leituras, seminários e etc.
O que entristece é saber que tenho o direito de ter licença da Rede Municipal de Salvador, para cursar  o mestrado e foi-me ceifado este direito. A primeira licença indeferida, a desculpa por falta de pessoal, enquanto outras pessoas conseguiram. A segunda também não saiu e foi queimada no incêncio( acidental? criminoso? quem sabe?) até agora em em vesperas de concluir o curso.  E secretário de educação e prefeito indo para as redes de comunicação dizer que está tudo ótimo????!!!!
Ainda bem que estou numa escola com o corpo gestor sensível e a maioria dos colegas também que me deu todo apoio para cursar todas as disciplinas, particpar dos eventos, congressos, seminários e todas as atividades que se articulam num curso sério como este.
A família e os amigos são imprescindíveis nesse processo sem eles não estaria aqui para narrar para vocês esses episódios. Eu acredito na transformação através da educação eu sou um prova viva disso. 
 
Eu continuo sabendo pouco, pois ainda sou uma criança nesse processo... A vontade de continuar está pulsando dentro de mim e também de ajudar a aqueles que desejam como eu voltar para a academia. Porém lembrando que estou nela mas não sou dela, ela é um meio para sistematizar o conhecimento de modo investigativo buscando respostas provisórias para questões instigantes..... A vida tem muitos outros prazeres....
 
Obrigada Nzambi por tudo que vivi até hoje. Abraços a todos
Em 14/02/2013
Analia Santana

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