Educadoras/es se reinventam em tempos de pandemia

 Enquanto professoras/es pesquisadoras/es da Educação Básica, nesse tempo difícil de Pandemia, estamos sendo obrigadas/os a nos reinventar na arte do ensino aprendizagem. São momentos difíceis por causa da constante ameaça de morte repentina por conta dessa nefasta pandemia que já dizimou quase 290mil pessoas nesse país.  E, ao mesmo tempo, uma pressão mental enorme que têm adoecido ainda mais muitas/os de nós.

Temos buscando energias para nos manter no esperançar de Paulo Freire (2004), movemo-nos na esperança enquanto lutamos e se lutamos com esperança, esperamos (FREIRE, 2004), em vigilância constante. Na qual, esse exercício do esperançar move-nos para a luta, para a busca de alternativas para a vida e para a profissão.

Não estamos à espera da mudança, mas nos movendo “de que a esperança tem sentido se é partejada na inquietação criadora do combate na medida em que, só assim, ela também pode novas lutas em outros níveis (FREIRE, 2002, p. 198). Nesse sentido, no esperançar pela vida, pela cura do COVID-19, na luta constante para manter a sanidade mental, na preparação de atividades possíveis de serem realizadas pelas crianças de modo remoto, com suas famílias, cujas mesmas só podem acessar o único celular da casa quando a mãe chega do trabalho por volta das 19hs.

 Nos sentimos cansadas/os em pleno mês de março, pois, na verdade não concluímos o ano letivo de 2020 e temos que dar conta dessas demandas todas. Isso se não fosse toda uma falta de estrutura tecnológica e de planejamento antecipado das atividades. 

São plataformas, vídeos, áudios, atividades remotas enviadas às escolas para a impressão, fotos e mais fotos de atividades nos celulares que quase não sobra espaço. Continuamos tentando fazer um mínimo pela educação das nossas crianças, cujo projeto nacional morreu desde a eleição do atual desgoverno.

Como vivemos numa sociedade que não nos respeita, somos tachados de que não queremos trabalhar, mas nós não nos deixamos abater e afirmamos aqui, nós trabalhamos muito e agora não se separa o pedagógico do pessoal, o público do privado, o trabalho e a casa. Exigimos respeito, valorização profissional, formação continuada e condições de trabalho.

Queremos vacina para todas, todos e todxs, porque assim poderemos num futuro não muito distante, nos voltar para  as práticas pedagógicas semipresenciais e depois presenciais. 

 

 Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 9. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 38. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.


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